09 abril 2009

da repetição



Já não sei mais se realmente nossa evolução se dá por fases e fases que se sobrepõem e cada vez nos expõem a desafios maiores ao mesmo tempo que nos preparam para enfrentá-los.
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Fatalmente tenho constatado que o que realmente nos move (ou estagna, mas nos mantém em pé) seja um estranha força gravitacional que nos atrai para um mesmo ponto e funciona enquanto nos mantemos engrenados no seu eixo, mas que, por alguma razão, pode deixar de funcionar e nos fazer, em vão, girar soltos sobre uma mesma energia que não se altera, que não se modifica, e nos faz fatigamente repetir os mesmos erros.


Mas que crescimento haveria nisso, mesmo que a engrenagem funcionasse?
Talvez estejamos falando de um espiral ascendente onde, embora esteja cada pessoa pré-destinada a girar no mesmo ângulo, de alguma forma esta energia nos eleve, e nos leve a alguma evolução.

Ignore qualquer teoria, a única certeza que tenho é de que saí do eixo. E que gradualmente tenho tentado retornar (se é que algum dia eu já estive no meu total equilíbrio e funcionamento). E já não sei dizer se há, sequer, força gravitacional alguma sustentando e integrando meus sentimentos, pensamentos e ações.
Não sei onde parei, e talvez seja esse deslocamento que me faça repetir e repetir a mesma história na tentativa de integrar alguma coisa e me tornar UMA.

Mas quem sabe Clarice esteja certa quando diz que na repetição acaba-se cavando pouco a pouco.
Quem sabe eu esteja sim no caminho certo e seja este apenas mais um momento de desafio, daqueles que nos põem em cheque e nos obrigam a enfrentar os riscos para depois nos fortalecermos com a experiência.

Talvez esteja eu, como Dorothy, trilhando a estrada de tijolos amarelos que me levam a Oz. Ou talvez esteja já em vias de me encontrar com o Mágico que me indicará o verdadeiro caminho de casa. Ou talvez esteja ainda dentro do tornado...

Acabo de me dar conta, os tornados também têm a forma de espirais...

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Por Sophia Compeagá



Um comentário:

Janaína S. disse...

Sabe que 'de vez em sempre' me sinto assim.. como se houvesse perdido a rota de vôo, se é que algum já houve uma..


Mas talvez um dia chegaremos ao lugar exato, para onde o coração deseja ir.

Beeijo.