25 setembro 2008

Ausência


"Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

A ausência é um estar em mim.

E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,

que rio e danço e invento exclamações alegres,

porque a ausência, essa ausência assimilada,

ninguém a rouba mais de mim".


(Carlos Drummond de Andrade)

21 setembro 2008

sobre o envelhecer...

O envelhecer não acontece de uma hora para outra, nem mesmo depois de muitos anos de vida. Envelhecemos diariamente desde o dia em que fomos concebidos. Envelhecer, amadurecer e crescer nos possibilitou sermos o que somos hoje e nos oferece, todos os dias, oportunidades de aprendizagens, conhecimentos e experiências.
Ser idoso é ter soma de vida, é ter desenvolvido paciência, sabedoria e humildade, ou não! Mas fazer parte da sociedade da forma mais digna possível.
As estatísticas nos surpreendem a cada ano quando apontam o grande crescimento da população idosa em todo o mundo e principalmente em nosso país. E isso nos faz pensar na nossa propria velhice.
Não caberia a nós, então, repensar o lugar do idoso hoje na sociedade e na nossa vida em particular para que quando for a nossa vez possamos gozar da dignidade de uma vida ativa, respeitada, onde se possa desfrutar de tudo que conquistamos durante os anos vividos, usando das ferramentas já citadas (experiências e sabedoria acumuladas) para também ter espaço e a chance de contribuir com um mundo melhor à nossa maneira?
Sophia Compeagá
.
"A cada dia que vivo,
mais me convenço de que
o desperdício da vida está
no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta
que nada arrisca, e que,
esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade"
.
(Carlos Drummond de Andrade)

15 setembro 2008

alguma coisa morna e ingênua que vai ficando no meio do caminho...

E foi então ela se rendendo
pouco a pouco aos costumes locais,
se misturando ao que via,
se perdendo,
desfazendo-se...
até que um olhar familiar se lhe apresentou!
E lhe acolheu,
num carinho sincero,
do qual realmente estava habituada
- mas havia esquecido.
E seu coração se lembrou
de quem verdadeiramente era.
Estava salva!

Sophia Compeagá
.

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"Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável.(...) Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, sem sequer precisar me procurar".
(Clarice Lispector)

07 setembro 2008

do amor e de todas as coisas...

Fui apresentada a um blog
esta semana em que todas as postagens se referiam ao amor.
Encantada com os textos, primeiramente me perguntei como alguém conseguia falar de um só assunto tantas vezes...
E foi então que percebi: todo ser que fala, fala sempre de amor. Porque é por amar que se fala! E foi o Amor Primeiro que possibilitou todas as coisas.
O amor é a raiz de todos os sentimentos. Há amor inclusive no ódio... principalmente no ódio! Contrário ao amor é a indiferença, a ausência de sentimentos.
Todos os sentimentos e ações remetem ao amor, partem do amor e se mantém pelo amor.
Amar é a única razão pela qual se vive. Quando o amor acaba deixa-se de viver por um tempo até que o coração parte denovo em busca de aventura.
Amar é viver, é esta entrega sem certeza de retorno. É saber que a vida é finita e por isso mergulhar de cabeça nos próprios sonhos. E aproveitar a festa. Antes que a música acabe. E a banda pare de tocar.
Lindas palavras as que se referiam ao amor. Mais sábias são as palavras que vêm do coração. Verdades inquestionáveis.
Amar é reconhecer-se incompleto, escrever é fazer-se infinito.

Sophia Compeagá