21 junho 2012

assoprando velas e desejando

Ser ou não ser é, realmente, o maior conflito de se ser humano, e de se ser o que quer que seja.
Minha irmã sempre zomba da minha angústia de estar envelhecendo. Todo aniversário reclamo de estar ficando velha mesmo. Mas longe de não querer envelhecer, o que me angustia é a sensação de não ser ainda o que deveria ser. E não falo de alcançar objetivos fora de mim, mas de me sintonizar com o que desejo, e com tudo de bom e ruim que isso possa trazer. É uma batalha, e pede muita coragem. É combater o bom combate, ser seu próprio salvador. Implica perdas e ganhos, um terrível paradoxo: ser alguma coisa, significa deixar de ser todas as outras. É assim ou teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos, como diz Fernando Pessoa. 
Mas não somos encorajados a ser, e a consistir. E a maioria de nós acredita viver de acordo com o que esperam de nós. Acontece que o outro não quer de nós o quanto queremos que ele queira. Em outras palavras: o outro não se importa realmente! É mesmo solitário essa coisa de ser.
Com a proximidade dos 30 anos estas questões têm se imposto. Não quero adiar mais. 
Que o combate seja bom, que minha busca seja honesta, que eu consista e que o amor vença!

Nenhum comentário: