17 outubro 2011

aqui jaz

A escrita é o que sobra, é resto. O contorno de pó que desenha um móvel que depois de muito tempo muda de lugar.
Minha escrita é mentirosa. Não com a intenção de ser, ou de fugir de alguma verdade, mas o que se deixa escrevendo é o que se foi.
A gente escreve é pra abandonar e deixar de ser.
Talvez por isso não gosto de reler o que escrevi. Também porque me critico, e quase sempre quero mudar,
mas principalmente porque não sinto que aquilo faz mais parte de mim.
A gente escreve pra renascer, e renasce. Mas o que fica é o velho, o antigo, o passado.
E que também é bonito, por assim dizer...

s. compeagá

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