13 setembro 2009

Mais do mesmo

Tinha dado um tempo. Tinha desistido de insistir em falar, estudar, tentar entender, me questionar, provocar, me intrigar com a morte e tudo que a rodeia: perdas, luto, sofrimento, superações e principalmente vida! Vãs tentativas...
Tinha decidido que não era um assunto que me interess
ava realmente, mas que era antes uma intimidade 'herdada' com relação ao tema.
Aprendi com meu pai a respeitar a morte, a estar consciente dela, a falar livremente sobre ela, e que a morte dói. Graças à Deus nunca m
e obrigaram a ser forte, a ignorar qualquer perda, a tocar em frente quando o mundo desabava. As pessoas mais importantes da minha vida, aquelas com quem eu contei, quando precisei se doeram comigo, choraram comigo e me ajudaram a reconstruir respeitando meu ritmo.
Por estas e outras razões, o tema da morte sempre me foi muito presente, e interessante. Por um tempo achei que fosse uma questão
mal elaborada justificando a insistência e curiosidade. Talvez tenha sido, mas já não é mais.
De qualquer forma não adianta fingir desinteresse se a coisa lateja.
O que acontece é que novamente me vi diante dessas questões, num contexto mais formal, mas ainda assim diante, defronte, sem me deixar proteger pelo ilusório escudo da teoria, ou do jaleco branco.
Acredito que hoje esteja mais madura pra lidar com isso. Mas minha confiança vem mais da humildade e simplicidade conquistadas do q
ue do conhecimento adquirido. Afinal, nunca se está totalmente preparado pra enfrentar tais coisas, assim como o sol, a morte nos impede de olhá-la fixamente e decifrar sua beleza. Sim, beleza...

Sophia Compeagá

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