21 fevereiro 2008

d'angústia...

"Em todos nós, no mais profundo da alma,
há uma subterrânea inquietação,
o desejo daquilo que parece sempre escapar-nos,
a dor por qualquer coisa que não sabemos bem o que seja.

Até quando estamos apaixonados e somos correspondidos,
no momento em que nos vamos embora ou o nosso amado parte,
mesmo numa seperação breve,
aquele sofrimento profundo reaparece.


Por vezes reaparece até num momento de felicidade
porque aquela felicidade se nos revela fugaz.


Nós olhamos para o céu, um pequeno pedaço de céu azul,
como que para concentrar nele toda a nossa felicidade
e sentimos tristeza porque poderemos recordar aquele céu
mas não podemos prolongar esse instante.

Experimentamos este sofrimento à noite,
sem motivo, de manhã ao acordar sem saber porquê.
A nossa alma está construída para desejar algo absoluto
e, portanto, inefável e inacessível.

Quando estamos ocupados não nos apercebemos disso (…)
mas toda a nossa vontade está orientada para a meta
e é ela que se ilumina com aquilo que procuramos sempre…"
(Francesco Alberoni in “A árvore da vida”)



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