13 novembro 2009

Sobre andanças e mudanças

Nesta semana comemoramos o aniversário do Zeca.
Faz tempo que não posto nada sobre ele aqui, e relendo a última postagem, dei algumas risadas. Tamanha era minha ansiedade com a história de levá-lo comigo no voo. Tamanho meu engano querendo atribuir um medo meu à ele.
Não estou “curada”, nem estou tocando neste assunto novamente por estar prestes a tomar um avião - embora minhas férias estejam se aproximando e seja fato que eu vá ter de voar em poucos dias. Também não sei dizer exatamente porque estou escrevendo sobre isso, mas sei que muita coisa mudou, sim.
Nenhuma boa e concreta mudança acontece de uma hora para a outra. É preciso tempo, um tempo interno para vivências, um tempo para a elaboração dessas vivências, um tempo para ir se permitindo, aos poucos, renascer. É mesmo como uma gestação, e um parto... um doloroso parto.
E certas mudanças têm disso, mesmo as mais evidentes. Não se sabe bem onde ela está, onde começou, como ou quando, mas sabe-se muito bem que ela aconteceu.
Eu mudei! E não foi através de propostas milagrosas, revoluções espirituais, ou qualquer outro tipo de pressão. Pelo contrário, mudei justamente quando aprendi a ceder e me dei conta de que quando a luta é interna não há vencedores.
Muito se fala em psicanálise sobre não ceder do próprio desejo, e bancá-lo, confrontando os obstáculos necessários para isso, inclusive os medos.
O que talvez eu tenha aprendido seja, não a ceder DO desejo, mas AO desejo.
Acredito que aquilo que nos causa medo esconde muito do nosso desejo, e não deve ser à toa que “elegemos” certas coisas para temer.
Esse tal medo de voar me obrigou a refletir sobre seus significados e sentidos e pude concluir, não há bater de asas que sustente o peso do medo de sair do ninho. O que eu não sabia era que ao invés de tentar enfrentar o medo, precisava antes, entender o que era criar asas e alçar voo. Precisava saber do meu desejo.

Sophia Compeagá








Zeca fez aniversário dia 10, no mesmo dia em que o 'avô', meu pai.
Claro, com o 'avô' paraquedista e o 'pai' piloto, achar que ele teria qualquer medo ao embarcar no avião só poderia ser neurose de 'mãe'...

Um comentário:

Anônimo disse...

Que foto linda... Amei,
os meus ficam assim tmb, adóram tomar vento na cárinha!!!!
Bjo