10 julho 2008

dos laços...


Quem disse que relacionamento é coisa que deve durar pra sempre?
As pessoas se vão, de um jeito ou de outro. Algumas se vão antes mesmo de irem de fato!
Estar junto ou separado vai muito além do sacramento, do papel, da lei (que aliás tem percebido a grande complexidade das relações).

Casamento eterno é tratado religioso, que tinha como principal finalidade o acúmulo de bens. Aliás, o casamento passou por uma história interessante ao longo dos anos, sem contar as mudanças que os papéis "marido" e "mulher" sofreram e tem sofrido diante da sociedade.
Sei que com o capitalismo, a contemporaneidade vem marcada por instituições falidas: igreja, estado, família, escola, casamento. Ao contrário do que parece, este texto não vem cooperar com este fenômeno. Não quero apoiar este enorme salto estatístico das separações e divórcios dos últimos anos. Longe de mim MESMO...
Mas sou realista, as coisas nem sempre seguem como desejamos, queremos ou idealizamos.

Casamento não prende ninguém, filho não prende ninguém! "Prende", que termo estranho...
Já dizia a música: "a nossa liberdade é o que nos prende". Pra mim, casamento ideal é este! A liberdade concedida garante que o parceiro esteja com você realmente por opção!

Nem sempre funciona, mas pra mim o importante da relação é a história que a sustenta. A paixão não dura para sempre mesmo, isso é fato comprovado c-i-e-n-t-i-f-i-c-a-m-e-n-t-e! Mas o que eu também acredito e a ciência não diz é que podemos nos reapaixonar... por um gesto, por uma palavra, por alguma novidade vindo da mesma velha pessoa. Há muito ainda por nos apaixonarmos e relacionar-se exige constante criatividade!

Outra coisa que nem sempre funciona, mas pra mim se faz importante, é a, já dita, liberdade! Dar liberdade e espaço para o outro ser ele mesmo é essencial para que a relação seja verdadeiramente uma relação. Quando conhecemos uma pessoa e nos apaixonamos, quer aceitemos ou não, nós nos apaixonamos por aquilo que ACHAMOS que ela é. Antes de conhecermos o objeto de amor, já o temos idealizado, e cabe a nós depois encaixá-lo ao máximo de características possíveis da pessoa real.
O problema é que acreditamos que a pessoa é mesmo aquilo que nossas primeiras impressões apontaram. E tendemos a negar o restante que nos vai sendo apresentado pouco a pouco. E em pouco tempo estaremos acusando os pobres coitados de nos decepcionarem por não serem os mesmos de quando os conhecemos. O amor é mesmo cego...

Relacionar-se de verdade envolve aceitação e entrega. Relacionar-se de verdade proporciona autoconhecimento e evolução da alma.
E quando nos relacionamos de verdade a paixão constante é possível porque o outro será sempre outro, e estará sempre mudando, como nós também.
Mas colocar tudo isso em prática exige muito esforço... que cabe a cada um julgar se vale a pena ou não! Como tudo na vida, e como a própria vida, relacionar-se intensamente oferece perdas e ganhos. O importante é estar consciente de nossas escolhas. E investigar seus reais motivos...
Sophia Compeagá
εϊз...
"Nao precisa ser para sempre, mas precisa ser ate o fim!"
(Rosana Braga)

2 comentários:

Anônimo disse...

A liberdade, para o sapo,
Não é o frio triste da lagoa,
Tampouco o amargo e cinzento pântano,
Mas o doce néctar dos lábios da princesa...

Que há de fazê-lo príncipe!

Anônimo disse...

Suas palavras são lindas e tocam profundamente meu ser, minha alma...
Bjo